Bolshoi & Mariinsky Theatres in Tokyo

Nossa pessoal, como é bom estar aqui trazendo algo novo pra vcs, depois de passar semanas atualizando td... Foram praticamente três meses, mas essa semana enfim concluímos!!!
E hj, é com imenso prazer que estou retomando o ritmo das postagens, como sempre uma por semana.
E o vídeo de hoje é uma apresentação de gala que há muito tempo eu já queria trazer pra vcs... Trata-se de uma apresentação de gala, realizada no ano de 2007 no Japão, onde bailarinos das duas principais companhias da Rússia (Bolshoi e Kirov) se juntaram para apresentar um espetáculo formado por diversos pas de deux, desde os mais clássicos e mais conhecidos até aqueles que a gente nem sabe que existe! E eu vou comentar um pouquinho com vcs sobre aquelas peças que ainda são inéditas no blog, e que fazem parte desta apresentação.
O primeiro é o Pas de Deux "Esmeralda", que tem aquela variação super famosa e muito encenada em festivais... Mas esse pas de deux não faz parte do repertório de mesmo nome. Durante muito tempo eu achei o contrário, mas depois de ver a montagem do Mussorgsky e a nova do Bolshoi eu pude constatar. Isso é pq esse é um dos números que ficaram como herança das épocas de revolução, onde saia muito mais barato para o governo produzir apresentações de gala do que repertórios completos. A música da variação masculina é a única que faz parte do repertório, porém numa cena completamente diferente! Ela toca na parte em que Esmeralda está no seu quarto sonhando com o soldado que acabara que conhecer, e ela começa a escrever o nome dele por toda parte, nas paredes e no chão.
Outra coreografia curiosa chama-se Magrittomania. Eu nunca tinha ouvido falar desse pas de deux, mas ao pesquisar um pouco sobre, eu descobri que ela é uma criação de Yuri Possokov inspirada no universo do pintor belga René Magritte.
Além dessas duas peças, os bailarinos do Bolshoi ainda interpretam na primeira parte do programa os pas de deux:
- A Escrava e o Mercador, do ballet O Corsário
- Giselle, pas de deux 2º ato
- A Filha do Faraó
- Chamas de Paris

Acredito que a segunda parte, interpretada pelos bailarinos do Kirov/Mariinsky, seja até maior do que a primeira, e tirando as duas últimas coreografias, que são o solo A Morte do Cisne e o pas de deux do 3º ato de Don Quixote, todas as outras são inéditas aqui no blog e eu vou comentar um pouco sobre cada uma delas.
A segunda parte se inicia com um ballet que muita gente já me pediu: O Espectro da Rosa. Essa é uma das muitas heranças que foram deixadas pela companhia Ballets Russes, e era muito comum na época a criação de peças curtas, geralmente de um ato, com duração aproximada de meia hora a 40 min. Por isso que muitas das peças criadas por essa cia são geralmente encenada em apresentações de gala, como a que estou trazendo hoje. O Espectro da Rosa tem música de Carl von Weber e coreografia de Michel Fokine, e fala sobre uma jovem que acaba de voltar de uma festa. Ela traz consigo uma rosa que ganhou de um rapaz, e encantada com os acontecimentos daquela noite, acaba adormecendo em uma poltrona. Pela janela entra o espectro da rosa, que dança com a jovem a noite toda. Repentinamente, o espectro vai embora, e ela desperta, percebendo que tudo foi um sonho. Ela pega a rosa que estava caída no chão e feliz se recorda de tudo o que aconteceu.
A próxima coreografia se chama "Carnaval em Veneza". Eu não conhecia nada desta obra até ver uma postagem feita pela Cássia Pires no blog Dos Passos da Bailarina:

"Le Diable Amoureux (ou Satanella) é um ballet em três atos, de 1840, coreografado por Joseph Mazilier, com música de Napolén Henri Reber e Francçois Benoist, e libreto de Jules-Henri Vernoy de Saint-Georges.
 Pouco tempo depois, em 1848, o onipresente Marius Petipa refez o ballet com o nome de Satanella (a protagonista da história).
Em 1859, Petipa criou o grand pas de deux Carnival de Venise (Carnaval de Veneza), com música de Cesare Pugni. Outra obra, outro autor, para outra bailarina, enfim, tudo separado. Nove anos depois, ele remontou Satanella e resolveu introduzir esse grand pas de deux no terceiro ato. E lá ficou."

*Cássia, eu só corrigi o nome do compositor, que é Cesare Pugni, e não Pugnani^^.

Assim como aconteceu com Esmeralda e Paquita, o pas de deux "Carnaval em Veneza" também acabou ficando mais conhecido que o repertório propriamente dito, e isso se deve, de novo, ao período de revoluções, onde as galas eram mais populares que os repertórios devido ao custo de produção.
Já  Trois Gnossiennes é uma obra criada pelo coreógrafo Hans Van Manen sobre música do francês Erik Satie. Não conheço nada dessa obra, mas vou pesquisar mais a respeito pra poder escrever melhor sobre ela pra vcs...
Mais uma das heranças do período de revoluções é o pas de deux "Diana e Acteon", que segundo o que pesquisei, tem origem muito incerta. Uma coisa é fato: Diana e Acteon tem base em uma lenda grega. Acompanhem esse texto, que encontrei no blog Plano B, da Ana Yazlle:

"Algumas versões sobre a origem de "Diana e Acteon" dizem que ele foi coreografado por Marius Petipa, e fazia parte originalmente de sua remontagem do ballet Esmeralda, de Jules Perrot. Em 1931 Agrippina Vaganova teria recoreografado a peça nos moldes que conhecemos hoje.
Porém, há quem diga que ele nasceu de uma passagem de Le Roi Candaule, um divertissement conhecido como "Pas Diane", ou "Les Amours de Diane", a partir do Ato IV. Hoje em dia, o pas de deux "Diana e Acteon" tornou-se uma peça popular no repertório das companhias de balé, assim como no circuito de festivais, e esse equívoco sobre suas origens se espalhou a partir do boca-a-boca.
Na versão de Petipa, o "Pas de Diane" era um pas de caractère baseado em personagens retirados da mitologia grega. A coreografia original consistia na personagem Diana (ou Artemis), a deusa virgem da caça, o caçador Endymion, um sátiro e oito ninfas. Petipa formou o Pas de Diane como um clássico Pas de Trois - constituído por uma Entrée, um Grand Adagio para os três solistas e oito ninfas (mulheres do corpo de ballet), dança para as oito ninfas e sátiro, variações de Diana e Endymion, e uma Grand Coda.
Em 1931, Agrippina Vaganova teria ressuscitado a versão de 1903 de Petipa, aí sim inserindo-a no relançamento da versão de 1932 de Esmeralda para o Kirov. Por razões ainda não totalmente compreendidas, na versão de Vaganova, o nome Endymion foi alterado para Acteon - uma mudança que é bastante incorreta no que diz respeito ao mito real e ao ballet original de Petipa.
Na mitologia, Acteon lança olhares sobre o corpo da virgem Diana enquanto ela se banha com as ninfas. Como castigo por isso, Diana tira sua fala, acrescentando a condição de que, se tentasse falar, seria transformado em um cervo. Ao seu próprio grupo de caça, ele tenta gritar, e é assim transformado. Seus cães de ataque o matam em seguida.
 A nova coreografia de Vaganova aumentou o número de ninfas de oito a doze. Os dançarinos Galina Ulanova e Vakhtang Chabukiani foram os primeiros a realizar nova versão da peça, que foi renomeada como o pas de deux Diana e Acteon, um marco importante e repertório de companhias de ballet de todo o mundo. Fora da Rússia e geralmente nas competições, a peça é mais frequentemente encenada apenas como um pas de deux, sem o corpo de baile), e é a única peça restante do ballet Tsar Kandavl / Le Roi Candaule."

Atualmente, o Grand Pas completo, com as ninfas do corpo baile, faz parte do 2º ato de Esmeralda, que na nova montagem do Bolshoi é um Divertissement na cena do Casamento de Febo e Flor de Lys.
Nessa apresentação de gala também temos o Grand Pas Classique, com música de Daniel Auber e coreografia de Victor Gsovsky. Infelizmente eu não consegui encontrar muita coisa a respeito, o único fato que eu posso comentar é que a música da variação feminina tem um ritmo muito parecido com a de uma cena do ballet Esmeralda.
A última coreografia que eu tenho pra comentar é o conhecido Tchaikovsky Pas de Deux, cuja música foi extraída de O Lago dos Cisnes. Sobre esse número, ele foi composto por Tchaikovsky a pedido de uma bailarina chamada Anna Sobeshchanskaya. Ela não estava satisfeita com a primeira produção coreográfica do ballet, cujo 3º ato trazia um Pas de Six ao invés de um Pas de Deux, como conhecemos hoje. Por isso, ela viajou a St. Petersburg para conversar com Marius Petipa a respeito, e ele coreografou para Anna um pas de deux com base em uma música de Ludwig Minkus. Tchaikovsky ficou furioso, pois apesar de seu primeiro ballet não ser bem sucedido, ele não admitia a intromissão de outros compositores em suas obras, e Anna por sua vez queria utilizar a coreografia que já havia sido criada. Para resolver o impasse, Tchaikovsky aceitou criar uma música que fosse baseada nessa peça de Minkus. Assim nasceu esse número que, mais tarde, ficou conhecido como Tchaikovsky Pas de Deux.
E como ele se tornou Tchaikovsky Pas de Deux? Bom, todos sabem que, após o fracasso da primeira produção, Marius Petipa, Lev Ivanov e o músico Riccardo Drigo conseguiram ressuscitar a peça de Tchaikovsky no ano de 1895, versão que veio a se tornar a montagem definitiva da obra e, consequentemente, a base das demais montagens que foram surgindo ao longo do tempo. Porém, aquele pas de deux que foi composto para Anna Sobeshchanskaya ficou fora da montagem de Petipa/Ivanov/Drigo, e consequentemente, acabou esquecida, não sendo sequer reconhecida como parte da obra. Somente em 1953 é que esse pas de deux foi redescoberto nos arquivos do Teatro Bolshoi, e George Balanchine obteve permissão para usar a música em sua própria coreografia.
Pelo fato desse pas de deux ter sido finalmente integrado a partitura de O Lago dos Cisnes, há algumas montagens do ballet que a utiliza.

Olha gente, que postagem tamanho família hein... Acho que foi para compensar a falta de postagens regulares durante o período de normalização dos links...
Agora, vamos ao vídeo:
Bolshoi & Mariinsky Theatres in Tokyo
Companhias: The Bolshoi Ballet e The Kirov Ballet/Mariinsky Ballet
Ano: 2007
Obras:
Esmeralda
Solistas: 
Ekaterina Krysanova e Dmitry Gudanov

- Magrittomania
Solistas: 
Nelli Kobakhdize e Artem Shpilevsky

- O Corsário
Solistas: 
Nina Kaptsova e Andrei Merkuriev

- Giselle
Solistas: 
Svetlana Lunkina e Ruslan Skvortsov

- A Filha do Faraó
Solistas: 
Maria Alexandrova e Sergei Filin

- Chamas de Paris
Solistas: 
Natalia Osipova e Ivan Vasiliev

- O Espectro da Rosa
Solistas: 
Irina Golub e Igor Kolb

- Carnaval em Veneza
Solistas: 
Yevgenia Obraztsova e Vladimir Shklyarov

- Trois Gnossiennes
Solistas: 
Ulyana Lopatkina e Ivan Kozlov

- Diana e Acteon
Solistas: 
Yekaterina Osmolkina e Mikhail Lobukhin

- Grand Pas Classique
Solistas: 
Viktoria Tereshkina e Anton Korsakov

- Tchaikovsky Pas de Deux
Solistas: 
Alina Somova e Andrian Fadeyev

- A Morte do Cisne
Solista:
Ulyana Lopatkina

- Don Quixote
Solistas:
Olesya Novikova e Leonid Sarafanov
Download:
https://drive.google.com/file/d/1ZY-aXNd_ot5yuasPpvj4fclz1ktcpWeI/view?usp=sharing

Formato do Vídeo: .avi

Aplicativos Úteis: Clique Aqui!

Por hj é só pessoal!!!

Comentários

  1. Achei que eu era a única que nem imaginava de onde tinham vindo "Carnaval em Veneza" e "Diana e Acteon", esse último aliás sendo um pas-de-deux que eu adoro. Adoro galas também, hahaha (:

    ResponderExcluir
  2. Julimel, já corrigi lá no blog. Não me pergunte de onde tirei "Pugnani" porque eu não sei, hehehe.

    Grande beijo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. rsrsrsrsrsrrsrs
      Às vezes vc deve ter digitado de maneira rápida e, na sua pesquisa até podia estar certo, mas acabou ficando com um "na" a mais no nome dele, kkkkk
      Deve ter sido isso :)

      Excluir
  3. could you please re-upload part 006? all the other parts went smoothly, this isn't working at all [tried x times] :-( thanks a lot in advance :-)!

    ResponderExcluir
  4. tried again, many hours later, and now it finally works - great! thanks a lot :-)

    ResponderExcluir

Postar um comentário